Homem afirma que filho foi executado por policiais

Ontem à tarde, o senhor José Ribamar de Lima, residente na rua Raimundo Pereira Rebouças, bairro Sumaré, em Mossoró, disse em entrevista ao O Mossoroense, que uma ação da Rocam resultou na execução do seu filho e de um amigo. José Ribamar de Lima Júnior e Juan Caio de Souza, "Gordinho", os dois de 17 anos, foram mortos numa suposta em troca de tiros com policiais militares na tarde da última terça-feira, quando se preparavam para realizar um assalto a uma loja do bairro, segundo relatos da polícia.

De acordo com o pai de uma das vítimas, José Ribamar, "Júnior", como também era conhecido o adolescente, saía de casa por volta das 15h30, acompanhado de Juan Caio, em uma moto Traxx, quando foram interceptados pela Rocam, que os revistou e os liberou. "Quando a polícia revistou os dois mandou que eles saíssem, momento em montaram na moto e foram alvejados pelas costas com vários tiros", disse o pai.

José Ribamar contou também que os adolescentes não estavam armados e nem planejavam assaltar o comércio. "Meu filho não andava armado. A polícia atirou nele e no companheiro, em seguida "plantou" duas armas para justificar a covardia. Alguém viu os policiais atirando na própria viatura para dizer que foram eles. Sempre ensinei o caminho do bem a meu filho e posso assegurar que ele não andava armado", contou.

Ainda de acordo com José Ribamar, ele vai acionar a Justiça para que o caso seja investigado e apurado de forma que se possa esclarecer como a ação ocorreu. "Já solicitei o laudo do Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep) para anexar no processo. Superficialmente nas costa de Júnior tinha 12 tiros, então pergunto: se foi troca de tiros, como ele foi atingido somente pelas costas?", disse o pai. 

Sepultamento
No final da tarde de ontem, os corpos de Ribamar Júnior e Juan Caio foram sepultados no Cemitério Novo, localizado às margens da BR-304.