Ao mesmo tempo em que abre negociações com os servidores públicos em
greve, o governo decidiu enquadrar os setores considerados mais
radicais. Ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou
o corte de ponto dos agentes da Polícia Federal que faltarem ao serviço
por causa da greve.
Em contato com o diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra, o
ministro orientou ainda a abertura, pela corregedoria, de processos
disciplinares contra policias que estejam abusando da população sob o
manto da chamada operação-padrão.
Na semana passada, o ministro do Superior Tribunal de Justiça acatou
pedido do governo, considerou ilegal e proibiu a operação-padrão dos
servidores da PF e da Polícia Rodoviária Federal. Na decisão, Maia Filho
proíbe ainda que "sejam adotados cerceamentos à livre circulação de
pessoas, sejam colegas do serviço público, autoridades ou usuários".
Para o ministro do STJ, a operação-padrão "é tática que provoca
inegáveis perturbações no desempenho de quaisquer atividades
administrativas".
Ontem, a União das Carreiras de Estado, que representa 22 categorias de
servidores, divulgou nota na qual considera insuficiente a proposta do
governo de conceder aumento de 15,8% em três anos e marcou para a
próxima quinta-feira assembleia para discutir paralisações, que
atingiriam o Banco Central e a Controladoria-Geral da União, entre
outras. O governo reservou entre R$ 14 bilhões e R$ 22 bilhões para o
reajuste de servidores, disse o ministro da Secretaria-Geral da
Presidência, Gilberto Carvalho.
No campo. Movimentos sociais como o dos Sem-Terra (MST), o de
agricultores (Contag), de índios e quilombolas (Conaq) já pensam em
reeditar no campo a mobilização feita pelos servidores federais.
Insatisfeitos com a "inoperância" do governo federal em relação a
políticas de agricultura familiar e aos dez meses sem resposta às
propostas apresentadas, consideram organizar "uma grande marcha com 300
mil pessoas na rua", disse ontem ao Estado o secretário de Política
Agrária da Contag, Willian Clementino. A marcha, diz, pode ocorrer ainda
este ano porque "as lideranças não suportam mais se sentar com
ministros e secretários para discutir questões pontuais, quando na
verdade reivindicam uma política efetiva de reforma agrária".
Mazelas Policiais
Blog Combate Policial
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