domingo, 20 de janeiro de 2013

Criminosos podem ter "plantado" balas para enganar polícia em morte de agente federal


Lucas Barbosa, encontrado morto na Estrada da Raiz.
Os rumos das investigações sobre o assassinato do agente penitenciário federal Lucas Barbosa Costa, 23, natural do Piauí, encontrado morto por populares, com as mãos amarradas e um dos olhos arrancado, em uma área deserta, na Estrada da Raiz, bairro Santo Antônio, ganharam novos rumos esta semana e os criminosos podem ter usado de artimanha para enganar a polícia. O crime aconteceu no dia 18 de dezembro do ano passo e desde então, as polícias Civil e Federal, vem se desdobrando para saber quem são os autores da morte e quais os motivos.

Informações exclusivas, conseguidas pelo O Mossoroense, traz novas revelações sobre o caso, que passou a ter três linhas de investigação, sendo uma delas, a mais intrigante, onde os matadores forjaram um cenário para o crime, no sentido de enganar a polícia.

No local onde o corpo foi encontrado pode ter sido montado todo o cenário, para que as investigações não chegassem aos verdadeiros culpados. As cápsulas de pistolas encontradas pelos peritos do Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep) e pela Policia Federal, ao redor do corpo, teriam sido "plantadas" para dar a entender que Lucas Barbosa foi morto a tiros de pistola, quando na verdade, segundo consta no laudo pericial, a arma de onde partiram os tiros que matou o agente seria de um calibre menor, provavelmente de um revólver calibre 38. 

A fonte que repassou as informações ao O Mossoroense foi mais além e destacou também que o corpo do agente teria sido "desovado" na Estrada da Raiz e assassinado em outro lugar, possivelmente dentro do carro da vítima, um Cerato, de cor prata, placa NNR-5181/Mossoró, que foi incendiado, aproximadamente quatro quilômetros distante de onde o corpo foi achado. 

Não é descartada também, a possibilidade de um terceiro local para o crime, onde Lucas Barbosa teria sido morto e depois transportado em seu veículo até ser deixado na estrada deserta do Santo Antônio. O incêndio do carro eliminou várias pistas que seriam fundamentais na investigação do crime, como por exemplo, impressões digitais ou marcas de sangue, assim como outros tipos de sinais. 

A reportagem do O Mossoroense entrou em contato com as equipes policiais responsáveis por investigar a morte do agente federal, porém não quiseram se pronunciar sobre o assunto, alegando que o caso está sob segredo da justiça. Porém, nenhuma das informações publicadas nesta matéria foi tida como inverídica, por parte dos investigadores. 

A polícia trabalha com três linhas de investigação: passional, latrocínio e crime praticado pela facção criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC). Esta última, as investigações acreditam ser pouco provável, uma vez que quando o PCC realiza uma ação criminosa, faz questão de divulgar e o crime está imbuído em mistérios. 

Entenda

Na manhã de 18 de dezembro de 2012, populares encontraram o corpo de um homem morto a tiros, com as mãos amarradas e os olhos arrancados, em uma área deserta, na Estrada da Raiz, bairro Santo Antônio. Lucas Barbosa Costa, 23, natural do Piauí, estava há três anos trabalhando no Presídio Federal de Mossoró.

Por volta das 10h40 populares avistaram o corpo do agente penitenciário às margens de uma estrada carroçável e acionaram a Polícia Militar. Quando os policiais chegaram ao local perceberam que a vítima estava vestida com a farda de agente penitenciário federal, dando a entender que se tratava de um funcionário do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Aproximadamente dois quilômetros após onde o corpo foi localizado, os policiais encontraram um veículo incendiado.

Peritos do Itep constataram que o agente estava com um dos olhos arrancados, as mãos amarradas e o corpo com mais de 10 perfurações de tiros, dando a entender, que antes de ser assassinado Lucas Barbosa foi torturado.

Sindicato considera morte de agente penitenciário complicada de ser solucionada

O Sindicato dos Agentes Penitenciários Federais do Rio Grande do Norte considera o assassinato de Lucas Barbosa como um dos mais complicados de ser solucionado e cobra agilidade da Polícia Civil e da PF, com relação às investigações.

Segundo a diretoria sindical, a complexidade na elucidação do crime, é devido ainda não ter sido descoberto onde e como Lucas Barbosa foi morto. Um membro da diretoria contou que a lentidão nas investigações tem incomodado a categoria e os familiares da vítima.

Para o sindicato, três locais são fundamentais para solucionar o crime: a casa da vítima, o carro e local onde o corpo foi encontrado. "Acho que o enigma para decifrar a morte do agente pode estar em qualquer um destes lugares, ou quem sabe em um quarto local, que a policia ainda não conseguiu saber ainda", disse um sindicalista.

Na sexta-feira passada, a direção sindical dos agentes penitenciários federais, realizaram uma manifestação pacífica para protestar contra a violência e cobrar mais rapidez nas investigações.

A manifestação percorreu as principais ruas do centro de Mossoró e contou com a participação de colegas de trabalho e familiares de Lucas Barbosa.

Olho de agente federal pode ter sido arrancado em sessão de tortura

Contrariando o que a polícia diz com relação ao olho esquerdo do agente penitenciário Lucas Barbosa, que teria sido arrancado por animais, à reportagem do O Mossoroense recebeu informações fidedignas, de uma fonte segura, que teve acesso ao laudo cadavérico e afirmou que o globo ocular teria sido arrancado em uma sessão de tortura, com ele ainda vivo.

As equipes de investigações não confirmaram a informação, alegando que não poderiam adiantar nada para não atrapalhar o rumo dos trabalhos. O dia em que foi morto, além do olho arrancado, no corpo da vítima havia marcas de espancamento e 13 tiros de revólver.

Nenhum comentário:

Postar um comentário