Iniciada nas redes sociais, a mobilização que culminou com a interdição, durante boa parte da manhã de ontem, 28, da BR-304, estrada que liga Mossoró a Tibau, conseguiu chamar a atenção do Governo do Estado, que se posicionou a respeito da interrupção dos serviços de duplicação da via, que já duram mais de dois meses, assegurando que as obras serão retomadas até o final do mês de julho.
Motoristas, comerciantes, estudantes e até mesmo integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) interditaram, às 5h, a via na altura do acampamento Santa Júlia, impedindo o tráfego de veículos, gerando um grande engarrafamento na estrada, que se estendeu até as 9h30, horário em que a situação foi resolvida.
"A paralisação das obras tem prejudicado muita gente, inclusive moradores dos acampamentos instalados nas proximidades da estrada, sem falar nos motoristas, taxistas, comerciantes que se deslocam até Tibau para montarem suas barracas, enfim, a situação está insustentável", diz Mário Garcia, um dos organizadores da mobilização.
Segundo Marcos Melo, que faz parte da Associação de Taxistas de Tibau (ATT), a interrupção dos serviços de duplicação da RN-013 tem gerado prejuízo para a classe. "Nós estamos enfrentando problemas na suspensão dos carros, nas rodas, parabrisas constantemente quebrados, passageiros reclamando do desconforto no veículo devido à estrada, o que tem resultado na diminuição das nossas viagens, que antes eram em média três por dia, hoje reduziu para uma. Queremos que a obra seja concluída, se não era para terminar, que nem tivesse começado, seria melhor assim", desabafa.
A representante do MST, Érica Rodrigues, explica que o Movimento apoia a realização de mobilizações como a ocorrida ontem porque também está sendo prejudicado com a paralisação das obras. "Estamos aqui prestando solidariedade aos nossos companheiros, as entidades que estão presentes nessa interdição. Muitas famílias estão sendo prejudicadas, não dá mais para continuar desse jeito", frisa.
Empresa justifica que obras foram paralisadas devido às chuvas e à falta de dotação orçamentária
Por volta das 9h, os representantes da empresa responsável pela duplicação, a CLC, e do Governo do Estado chegaram ao local da interdição e iniciaram a negociação com o grupo. O chefe do Distrito Oeste do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte (DER-RN), engenheiro Nilton Rêgo, justificou que a paralisação da obra foi causada por dois fatores: o inverno e a falta de dotação orçamentária. "Agora foram empenhados R$ 15 milhões para a conclusão dos serviços, que devem ser reiniciados durante o mês de julho e concluídos até o final de dezembro. Enquanto os serviços não são retomados, a CLC vai encaminhar uma máquina motoniveladora para fazer a manutenção dos serviços", detalha, tendo sua fala complementada pelo engenheiro da empresa responsável pelos serviços de duplicação da via, Sebastião Santos: "Garantimos que a partir de amanhã (hoje) a máquina estará aqui para fazer a manutenção".
Mesmo com a garantia de que a duplicação será reiniciada ainda no mês de julho, os organizadores da mobilização prometem interditar novamente a estrada caso a promessa não seja cumprida. "Satisfeito ainda não estamos porque não estamos vendo resultado, vamos ver se a máquina para fazer a manutenção chega e esperar a retomada das obras, se não vamos planejar outra mobilização", conclui.
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