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A Polícia Federal (PF) realizou ontem a Operação Hecatombe que prendeu 17 pessoas acusadas de participar de um grupo de extermínio que agia na região metropolitana de Natal, onde entre os acusados estavam policiais militares e civis. Pelo menos 22 homicídios e cinco tentativas de assassinatos foram atribuídos ao grupo, conforme investigações, que apurou também que o grupo se preparava para matar um promotor de justiça, uma delegada e um agente federal.
Segundo a PF, a Justiça expediu 21 mandados de prisão preventiva, 32 mandados de busca e apreensão e nove mandados de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento à força. Entre os 17 presos, há, segundo a assessoria da PF, seis policiais militares e cinco policiais civis. Um dos detidos não tinha mandado de prisão, mas foi flagrado, em casa, com uma grande quantidade de armamentos. Todos os mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva foram cumpridos.
Para a PF, alguns dos investigados já têm antecedentes criminais por envolvimento em casos de homicídios. Um deles inclusive já foi preso acusado deportar armas usadas em assassinatos.
Grupo matava por encomenda e espaço de drogas, segundo investigações da PF
Durante as investigações, os policiais federais apuraram que o grupo executava suas vítimas por vários motivos, entre eles assassinatos encomendados. As vítimas também podiam ser mortas por envolvimento em disputas pelo controle de pontos de venda de drogas, brigas e discussões ou mera queima de arquivo, por terem testemunhado outros crimes praticados pelo grupo.
Os acusados vão responder por crimes de homicídio qualificado praticado por grupos de extermínio e constituição de grupo de extermínio. As penas máximas dos crimes cometidos pelos principais integrantes do grupo podem chegar a 395 anos de prisão.
Denominada de "Operação Hecatombe", em alusão ao número de pessoas que o grupo é acusado de matar de forma indiscriminada, a ação contou com o apoio da Coordenação de Inteligência da Secretaria Estadual da Segurança e da Defesa Social e envolveu 215 policiais federais. Além de Natal, a ação também foi deflagrada em São Gonçalo do Amarante, Parnamirim e Cerro-Corá.
Policiais envolvidos em grupo de extermínio podem ser expulsos de suas corporações
A Secretaria Estadual da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) informou que irá solicitar à Polícia Federal informações sobre as investigações, acompanhar o inquérito e que se o envolvimento de policiais com o grupo de extermínio ficar provado, eles serão expulsos e responderão por seus crimes.
Em entrevista à imprensa da capital, o coronel Francisco Canindé de Freitas, comandante da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, disse que se for comprovada a participação dos policiais no grupo de extermínio, eles serão punidos exemplarmente, inclusive com a expulsão.
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