quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Desfile do 30 de Setembro é marcado por protestos e apagão em Mossoró


Manifestantes protestam contra o Governo do Estado e a Prefeitura - Luciano LellysManifestantes protestam contra o Governo do Estado e a Prefeitura - Luciano Lellys
A noite de 30 de Setembro, onde se comemora a libertação dos escravos na cidade de Mossoró, foi marcada por uma série de protestos contra o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM). A festa, que previa várias apresentações e fanfarras, foi encerrada mais cedo devido a um apagão no local.
Manifestantes do Movimento Pau de Arara (MPA), que pedem melhorias no transporte público da cidade, acompanhados de representantes da Guarda Civil, que reivindicam nomeação da Prefeitura, ocuparam um espaço em frente ao palanque onde se encontravam políticos e autoridades da região, incluindo a prefeita Cláudia Regina e a governadora Rosalba Ciarlini. 
Munidos de cartazes e faixas, os manifestantes não silenciaram nenhum minuto diante da presença das autoridades, que assistiam atônitas. Vários populares que passavam no local aderiam ao protesto, vaiando em coro as governantes.
O movimento Pau de Arara, que sempre marca presença em eventos oficiais do município, fez um de seus protestos mais acalorados, porém, sem perder o pacifismo que acompanhou o coletivo até então. Cínthia Simão, manifestante do MPA, afirma: "Fizemos um movimento muito legal, estávamos acompanhados do pessoal da Guarda Civil. Conseguimos voltar às ruas sem agredir ninguém nem depredar nada, geramos constrangimento no poder público, que terá que nos ouvir."
Enquanto as manifestações ocorriam, grupos de jovens apresentavam-se, cantando e realizando coreografias ensaiadas. Em uma dessas coreografias, uma chuva de serpentinas foi empreendida por uma das equipes de jovens, a fim de tornar o espetáculo mais bonito, porém o resultado foi desastroso. As serpentinas alçadas ao ar tocaram a fiação elétrica, promovendo um grande curto-circuito, que apagou as luzes das imediações do evento. 
Blogs e páginas de redes sociais compartilharam a notícia de que o "apagão" teria sido causado por uma suposta bomba, lançada pelos manifestantes na fiação. A versão revoltou o vereador Soldado Jadson (PTdoB), que publicou em sua rede social uma nota de repúdio. 
"(... ) O que eu quero realmente lamentar é a postura antiética, reacionária e inverídica de algumas pessoas, as quais se utilizando das redes sociais acusaram integrantes de dois grupos de jovens que se manifestavam pacificamente em frente ao palanque de causarem o acidente. Tais manifestantes apenas exerciam seus direitos previstos na CF 1988 e no nosso regime democrático de direito e em nenhum momento agrediram alguém ou danificaram o patrimônio público. Sequer eles ultrapassaram a grade de proteção", comentou o vereador. 
Muitas das crianças e adolescentes que se apresentavam no desfile pareceram insatisfeitas com a falta de energia e o inesperado término do evento. Alguns jovens chegaram a entoar algumas canções de repúdio, pedindo a volta da energia e respeito.

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