Enfermagem Domiciliar...

Algumas questões sobre a enfermagem domiciliar ficam pendentes quando se trata do paciente leigo, o que é, quais as vantagens, entre outras e, até mesmo, a famosa indagação da família: “mas por quê é uma prestação de serviço tão cara?”.

Tentando esclarecer alguns pontos, começo pela pergunta acima (o que interessa a muitos) e, a resposta é bastante simples: Não é uma prestação de serviços cara.

A família, deve observar as vantagens, tranquilidade, a qualidade atendimento profissional, os riscos em deixar nas mãos de alguém não gabaritado, a saúde e vida de quem amamos e que precisa de cuidados.

Questionar “o que, o profissional ou empresa que escolhi, fará no caso de uma emergência?”

Sem conhecimento, talvez ele apenas lhe telefone pedindo auxílio ou perguntando o que fazer, causando mais problemas do que se fosse você mesmo exercendo o papel de cuidador.

Por ser uma especialidade e prática avançada, a enfermagem domiciliar exige conhecimento científico-tecnológico, competência e profissionalismo, pois é um exercício profissional complexo e requer profissionais com formação e expertise clínica.

Como exemplo, apenas ao profissional capacitado é permitido executar procedimentos com drenos e cateteres, ministrar (sob a prescrição médica) medicamentos intravenosos e/ou intramusculares, respiração artificial e etc.

Afinal, você quer apenas companhia para o paciente ou quer cuidados em saúde?

A enfermagem domiciliar exige do profissional, responsabilidade, flexibilidade e autonomia no desempenho de seu trabalho. É uma atividade que envolve tomada de decisões baseadas na expertise fornecida por sua vivência e está fundamentada em um corpo de conhecimentos com um referencial conceitual sólido na especificidade do contexto domiciliar.

No atendimento domiciliar à saúde, há uma integração entre a enfermeira, o paciente e sua família. Essa correlação é independente e autônoma, em que a enfermeira recorre a seus know-how, baseado em seus conhecimentos pessoais, no conhecimento empírico e na responsabilidade legal e moral de seu exercício profissional.

A enfermagem domiciliar contribui com o resgate dos valores e das atitudes humanas entre os profissionais, pacientes e familiares envolvidos, pois respeita sentimentos, necessidades e valores culturais, assim como também individualiza os cuidados, através de um relacionamento terapêutico, estabelecendo uma relação de ajuda entre a pessoa que cuida e a que é cuidada.

É preciso considerar os padrões culturais do indivíduo, da família e da comunidade, respeitando seus valores, crenças, tradições, hábitos, sentimentos, necessidades, a fim de enaltecer a humanização dos envolvidos no cuidar; para isso, o profissional de enfermagem domiciliar deve se desvencilhar de preconceitos.

Ao entrar na casa do paciente, o que deve ser considerado são seus valores, sua rotina, sua cultura. Nada deve ser imposto pela enfermeira e pelos demais membros da equipe multiprofissional.

E quais são os pacientes que podem ser cuidados no domicílio?

Todos pacientes podem ser cuidados no domicílio inclusive pacientes em fase terminal e acamados, exceto aqueles que precisam ser submetidos a tratamentos cirúrgicos, radioterápicos e os que necessitam realizar provas diagnósticas de alta complexidade.

Desde a entrada no lar, passando pelos cumprimentos de praxe, até a execução do atendimento, deve-se desenvolver uma técnica que mescle simpatia, gentileza e firmeza. A atenção deve ser sempre direcionada para o doente, para sua família e para os esforços necessários na realização do que foi acordado pela enfermeira ou pela equipe de saúde que está avaliando a situação. Nenhuma pergunta deve ficar sem resposta.

É importante lembrar, no entanto, que não é recomendado prolongar-se em considerações que não sejam específicas de profissionais técnicos.

A enfermagem domiciliar é uma atividade desafiante, sendo necessário sair de uma posição confortável, do ambiente institucional, para a residência do paciente, o que requer dela uma postura pró-ativa, de investir em sua qualificação constantemente e de ter genuíno interesse pelo ser humano.

Cuidar do ser humano é mais que um trabalho é uma missão.