Ministério Público, Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar deflagraram ontem a "Operação Pedra sobre Pedra" para desarticular uma quadrilha que era comandada por um detento que cumpre pena no Presídio Provisório Rogério Coutinho Madruga, também chamado de Pavilhão V, que funciona nas dependências da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta.
A ação de contenção à criminalidade resultou no cumprimento de 13 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão nas cidades de Apodi, Caraúbas e Natal.
De acordo com o MP, a operação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas, roubos e assassinatos, que era comandada pelo presidiário José Jocenildo de Morais Fernandes, o "Nildinho", atualmente detido no Pavilhão V de Alcaçuz. De dentro da prisão, o detento estruturou toda uma rede organizada para aquisição, transporte, armazenamento e revenda de drogas.
Um efetivo de 100 homens da PRF e PM cumpriram os mandados de prisão e de busca e apreensão. Os mandados foram expedidos pela juíza da Vara Criminal de Apodi. A operação contou com o apoio do Grupo de Operações Especiais do Sistema Penitenciário do Estado do RN (GOE/RN), que realizou revistas nas celas de alguns apenados, simultaneamente, ao cumprimento dos mandados.
O esquema
As investigações indicam que o líder da organização José Jocenildo, o "Nildinho", há meses vem comandando uma quadrilha destinada sobretudo à aquisição, transporte, armazenamento e revenda de drogas, além de outros crimes como roubos.
Apesar de estar detido longe de sua terra-natal, o foco da quadrilha comandada pelo presidiário era a cidade do Apodi. Para comandar as atrocidades, José Jocenildo contava com o apoio de um de seus irmãos e de sua esposa, que reside no bairro Leandro Bezerra, em Caraúbas.
Ainda segundo o MP, vários assaltos e assassinatos ocorridos em Apodi e Caraúbas estão sendo atribuídos à quadrilha, que se encarregava de eliminar seus opositores, seja por acerto de contas, para cobrar dívidas de drogas ou eliminar a concorrência na venda de entorpecentes.
Foram decretadas as prisões de:
- José Jocenildo de Morais Fernandes, líder da quadrilha;
- Ubiranira Rozalina Carias de Oliveira, esposa de "Nildinho.
- João Jocenilton de Moraes Fernandes, irmão de "Nildinho";
- Emerson Gustavo Torres Gomes;
- Gilderlânio Maia de Freitas;
- Marciano Pinheiro da Silva;
- Maria Ivoneide de Lima;
- Alberto César do Carmo;
- Antonio Jakcson da Costa Torres;
- Josemberg Rozendo Varela;
- Vinicius Maia da Silva;
- Francisco Célio da Silva Leite;
- Maria Edna Duarte de Oliveira.
Líder de organização criminosa fez parte do bando de Valdetário Carneiro
Investigações do MP comprovaram que "Nildinho" é um velho conhecido da polícia, tendo feito escola na famigerada quadrilha do assaltante de bancos, José Valdetário Carneiro. Jocenildo também é especialista em fuga, já tendo fugido algumas vezes do sistema penitenciário potiguar, sendo denunciado a primeira vez como um dos autores do homicídio do agropecuarista Vicente Veras e do motorista Erimar Bezerra Alves, ocorrido na Comarca de Campo Grande em maio de 2003.
Na ocasião, cometeu o crime juntamente com José Valdetário Benevides Carneiro e outros sendo condenado a pena de 37 anos e 6 meses de reclusão. Ocorre que não chegou a cumprir a condenação, pois conseguiu fugir da cadeia onde estava recolhido. Foi preso novamente em novembro de 2011. Na época estava atuando na explosão de caixas eletrônicos. Mais uma vez, porém, conseguiu escapar da cadeia. Voltou a ser preso por policiais do BPChoque em setembro de 2013, na avenida Roberto Freire, em Natal, com identidade falsa.
Segundo as investigações, desde 2013 está em Alcaçuz, onde passou a se dedicar ao tráfico de drogas e com o auxílio da esposa e de um irmão, além dos investigados acima nominados, estruturou uma rede para o tráfico de drogas em sua cidade de origem, Apodi, tendo afastado outros traficantes que atuavam na área, de modo a transformar Apodi no seu "reduto do crime".
Interrogatório
José Jocenildo foi interrogado ontem, na Penitenciária Rogério Coutinho Madruga, por integrantes da comissão de promotores de Justiça encarregada das investigações e negou todos os crimes que lhe são atribuídos. Em razão do envolvimento nos crimes investigados, o detento foi transferido para o isolamento da unidade prisional.
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