segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

  POLICIAIS RECLAMAM DE MÁS CONDIÇÕES DURANTE CARNAVAL DE TIBAU AREIA BRANCA E APODI.

Parte dos policiais militares que trabalharam durante a Operação Carnaval Seguro, realizada entre sexta e quarta-feira da semana passada, denunciaram atos de arbitrariedade e falta de condições de trabalho. Os policiais dizem que trabalharam em escalas exaustivas, alguns de maneira involuntária, e sem as condições necessárias. Alguns disseram não ter nem como se deslocar nas cidades que foram designados. A associação que representa a categoria vai cobrar explicações aos comandos da Polícia Militar.

As denúncias foram feitas por policiais militares que trabalharam em Tibau, Areia Branca e Apodi durante o Carnaval deste ano. Os relatos foram feitos à Associação de Praças de Mossoró e Região (APRAM) e já foram encaminhadas aos comandantes do II Batalhão e XII Batalhão de Polícia Militar, ambos sediados em Mossoró e responsáveis pelo policiamento nestas cidades. Os comandantes destas unidades devem cobrar explicações dos policiais responsáveis pelas três cidades e caso seja comprovada a denúncia dos PMs, poderá haver punição, conforme espera a equipe da Apram.

O policiamento extra que é utilizado durante o Carnaval é composto por policiais que estão de folga e se oferecem voluntariamente para trabalhar em troca de remuneração extra. Para cada seis horas de trabalho extra, um policial militar tem direito a receber R$ 50,00, pagos pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED) do RN. Só para o Carnaval deste ano, o comandante-geral da PM, coronel Francisco Araújo Silva, afirmou que foram designados 3.000 PMs, todos sem comprometer a escala de serviço normal. Metade desse efetivo foi direcionado para o interior.

No entanto, as denúncias recebidas pela Associação de Praças de Mossoró e Região mostram que a situação, na prática, foi bem diferente. A área de Mossoró, que inclui várias cidades da região Oeste, teria recebido um número de policiais militares bem inferior ao que estava previsto e por isso homens foram sacrificados, além do que é permitido e recomendado fisicamente (o desgaste é extremo e perigoso). Em Areia Branca, por exemplo, a denúncia é que policiais haviam trabalhado 24 horas, o que lhes daria uma folga de, no mínimo, 36 horas, mas tiveram que “emendar” com outra escala.

Em Apodi, o problema foi praticamente o mesmo. O número de policiais que seria recebido da capital foi menor do que o que estava previsto. Nesse caso, policiais afirmaram ter trabalhado de maneira forçada. Segundo o soldado Clayton Jadson, presidente da Apram, a lei de número 7754/99 diz que a folga deve ser respeitada e o policial só pode sacrificá-la mediante o recebimento de remuneração extra, se manifestar interesse. Em Apodi, a lei teria sido desrespeitada. Nas duas cidades, a Apram teme que policiais tenham faltado ou se atrasado para o serviço e sejam responsabilizados por isso.

Em Tibau, as denúncias recebidas pela entidade são ainda mais amplas e referem-se, em sua maioria, a falta de estrutura. Os policiais alegam terem sido “abandonados” pela Secretaria de Segurança do Rio Grande do Norte. Os militares reclamaram da falta de um carro de apoio durante o trajeto percorrido pelo trio elétrico (nem água foi disponibilizada a eles). Ao término do trajeto, garantindo a segurança de milhares de foliões, os policiais não tinham transporte (as viaturas já estavam sendo usadas) para voltar à base da PM para fazerem suas refeições e refaziam todo o trajeto a pé, exaustos.

Outra queixa, ainda em Tibau, é relacionada ao transporte dos policiais de Mossoró para Tibau. Um carro com capacidade para conduzir seis pessoas levou dez policiais. Além de desrespeitar regras do Código Trânsito Brasileiro (CTB), o excesso de passageiros colocava em risco a integridade física de todos os ocupantes. Noutros dias, os policiais reclamaram ter que passar até uma hora além do trabalho, que já era extra. Os PMs reclamaram ainda que foram escalados para atuar numa determinada área e chegando à cidade, tiveram que ocupar outras posições, além do que já havia sido proposto.
 

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