Estudante de mestrado em física da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (Uern), Mackson Matheus está denunciando o cirurgião vascular
Yvis Gadelha, por, segundo ele, ter abandonada uma paciente de 75 anos
de idade no meio de um procedimento cirúrgico, ocorrido no dia 17 de
fevereiro deste ano, no andar reservado ao Centro de Oncologia e
Hematologia de Mossoró (COHM), na Casa de Saúde Dix-sept Rosado (CSDR).
Segundo
o discente, o médico teria deixado a senhora Maria Juraci Pereira, avó
do estudante, com incisões abertas, após uma tentativa frustrada de
implantação de um cateter que seria utilizado para o tratamento
quimioterápico pelo qual a paciente seria submetido, uma vez que ela é
portadora de câncer.
"Quero deixar claro que o Centro de Oncologia
não tem nenhuma responsabilidade sobre o caso, que foi um fato isolado
de um médico. Ele foi rude com a minha avó, rasgando o cheque de
pagamento na frente dela e dizendo que procurasse outra pessoa para
terminar a cirurgia porque ele não 'queria mais vê-la em sua frente'.
Minha avó saiu da sala de cirurgia muito abalada com duas incisões no
pescoço abertas e a pressão arterial em 18/12", detalhou Mackson
Matheus.
Segundo o neto da senhora Maria Juraci, a discussão teria
sido iniciada após o médico ter se sentido ofendido com uma indagação da
paciente. "Ele não estava conseguindo colocar o cateter na região do
pescoço e iria tentar na coxa, quando a paciente perguntou se não
haveria anestesia", conta o estudante.
O estudante relata ainda que
após o ocorrido sua família procurou o Conselho Regional de Medicina
(CRM) e denunciou o médico. "Também procuramos a Delegacia Especializada
em Assuntos da Mulher, e o Ministério Público", acrescenta.
A equipe
do jornal O Mossoroense entrou em contato com o médico Yvis Gadelha,
que negou ter abandonada a senhora durante o procedimento. "O que está
sendo colocado não condiz com a verdade. A paciente entrou e saiu
andando da sala de cirurgia, e não houve corte, o cateter é colocado
através de punção", esclareceu o especialista.
Yvis Gadelha,
entretanto, confirma que houve discussão no ato da cirurgia, mas não com
a paciente, e sim com o neto e a filha de Maria Judaci. "A discussão
aconteceu, pois eles começaram a me ofender sem motivo. Eu não abandonei
a paciente. O que aconteceu foi um procedimento com um mau resultado,
não um erro médico. Ela não deixou eu colocar o cateter, disse que não
iria aguentar. Então eu chamei a enfermeira para fazer o curativo, e saí
da sala", detalha, complementando: "Com o tempo a verdade vai aparecer,
e a Justiça vai definir quem é o culpado, se sou eu, se são eles, ou se
não há culpados", disse o médico.
A paciente iniciou ontem as
sessões de quimioterapia após a implantação do cateter, no último dia
27, em Natal. "Depois de tudo isso, minha avó perdeu 10 quilos e não é
mais a pessoa alegre que era. Agora ela está traumatizada", conclui o
estudante Makson Matheus.
Fonte: Omossoroense
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