terça-feira, 3 de abril de 2012

Médico é acusado de abandonar paciente de 75 anos em meio a procedimento cirúrgico em Mossoró

Estudante de mestrado em física da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), Mackson Matheus está denunciando o cirurgião vascular Yvis Gadelha, por, segundo ele, ter abandonada uma paciente de 75 anos de idade no meio de um procedimento cirúrgico, ocorrido no dia 17 de fevereiro deste ano, no andar reservado ao Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró (COHM), na Casa de Saúde Dix-sept Rosado (CSDR).
Segundo o discente, o médico teria deixado a senhora Maria Juraci Pereira, avó do estudante, com incisões abertas, após uma tentativa frustrada de implantação de um cateter que seria utilizado para o tratamento quimioterápico pelo qual a paciente seria submetido, uma vez que ela é portadora de câncer.
"Quero deixar claro que o Centro de Oncologia não tem nenhuma responsabilidade sobre o caso, que foi um fato isolado de um médico. Ele foi rude com a minha avó, rasgando o cheque de pagamento na frente dela e dizendo que procurasse outra pessoa para terminar a cirurgia porque ele não 'queria mais vê-la em sua frente'. Minha avó saiu da sala de cirurgia muito abalada com duas incisões no pescoço abertas e a pressão arterial em 18/12", detalhou Mackson Matheus.
Segundo o neto da senhora Maria Juraci, a discussão teria sido iniciada após o médico ter se sentido ofendido com uma indagação da paciente. "Ele não estava conseguindo colocar o cateter na região do pescoço e iria tentar na coxa, quando a paciente perguntou se não haveria anestesia", conta o estudante.
O estudante relata ainda que após o ocorrido sua família procurou o Conselho Regional de Medicina (CRM) e denunciou o médico. "Também procuramos a Delegacia Especializada em Assuntos da Mulher, e o Ministério Público", acrescenta.
A equipe do jornal O Mossoroense entrou em contato com o médico Yvis Gadelha, que negou ter abandonada a senhora durante o procedimento. "O que está sendo colocado não condiz com a verdade. A paciente entrou e saiu andando da sala de cirurgia, e não houve corte, o cateter é colocado através de punção", esclareceu o especialista.
Yvis Gadelha, entretanto, confirma que houve discussão no ato da cirurgia, mas não com a paciente, e sim com o neto e a filha de Maria Judaci. "A discussão aconteceu, pois eles começaram a me ofender sem motivo. Eu não abandonei a paciente. O que aconteceu foi um procedimento com um mau resultado, não um erro médico. Ela não deixou eu colocar o cateter, disse que não iria aguentar. Então eu chamei a enfermeira para fazer o curativo, e saí da sala", detalha, complementando: "Com o tempo a verdade vai aparecer, e a Justiça vai definir quem é o culpado, se sou eu, se são eles, ou se não há culpados", disse o médico.
A paciente iniciou ontem as sessões de quimioterapia após a implantação do cateter, no último dia 27, em Natal. "Depois de tudo isso, minha avó perdeu 10 quilos e não é mais a pessoa alegre que era. Agora ela está traumatizada", conclui o estudante Makson Matheus.

Fonte: Omossoroense

Nenhum comentário:

Postar um comentário