Crime chamou a atenção da vizinhança que desconfiou e chamou a polícia na manhã de ontem |
Pelos cômodos da casa de número 464, na rua Antônio Lopes Chaves no
bairro de Nova Parnamirim, um cenário de terror. Crueldade e tortura
marcaram os assassinatos de Olga Cruz de Oliveira Lima, 61 anos, e
Tatiana Cristina Cruz de Oliveira, 36 anos; mãe e filha. Mortas na noite
da segunda-feira passada, os seus corpos foram encontrados ontem pela
manhã. A polícia invadiu o local após suspeita de vizinhos. Em um dos
quartos da residência, encontrou Tatiana amarrada a uma cadeira, com
perfurações de faca, marcas de espancamento e dedos cortados. No chão da
cozinha, Olga também apresentava marcas de pancadas e cutiladas. Os
primeiros indícios apontam para um caso de latrocínio - quando se mata
para roubar -, mas a crueldade praticada por criminosos intriga os
investigadores.
O
duplo assassinato deve ter o inquérito conduzido pela Delegacia
Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), do município de Parnamirim
- Região Metropolitana. Na cena do crime, a delegada Patrícia de Melo
Gama preferiu repassar poucas informações, "para não atrapalhar o
andamento dos trabalhos". Ainda durante a tarde de ontem, a polícia
começou a colher informações de familiares e vizinhos que pudessem
acrescentar algo ao inquérito. Os primeiros depoimentos começarão a ser
colhidos hoje na Deam.
Na noite da segunda-feira passada, uma
menina de 10 anos de idade, que vagava pelas ruas próximas à cena das
mortes, chamou atenção dos vizinhos. Com escoriações e ensagüentada, a
criança, filha de Tatiana Cristina, foi conduzida para atendimento
médico de urgência no Hospital Clóvis Sarinho. Suspeita-se que ela tenha
presenciado todo o crime mas, ainda em choque, não forneceu informações
precisas sobre o caso. Durante o dia de ontem já havia sido liberada e
passa bem.
"Encontramos a menina vagando aqui pela rua e ficamos
preocupados com os ferimentos que ela tinha, a levamos para o hospital.
Ela não sabe dizer muita coisa, está muito desorientada", afirmou a
universitária Katiúcia Matias, moradora próxima.
Após prestar
atendimento à menina, vizinhos não conseguiam encontrar a sua mãe e avó e
começaram a desconfiar de algo. Durante a manhã de ontem, chamou
atenção a água que escorria pela calçada e atingia a rua, em virtude de
um transbordamento da piscina. Também era estranho o latido incessante
dos diversos cachorros de dentro da residência. Foi então que acionaram
a polícia.
"Por volta das 10h30, fomos acionados e chegamos ao
local. Quando entramos na casa, nos deparamos com os corpos e tomamos os
procedimentos cabíveis", relatou o major PM Marlon de Góis. De acordo
com o oficial, a hipótese de latrocínio é cogitada uma vez que
equipamentos eletrônicos, como televisões, foram levadas da casa. O
carro da família, um modelo Ford Fiesta de cor vermelha, também foi
tomado por criminosos.
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