A
agência do Banco do Brasil de Baraúna, cidade distante 36km de Mossoró,
foi roubada durante a madrugada de ontem por uma quadrilha fortemente
armada. Enquanto uma parte explodia o prédio e roubava o cofre da
agência, outro grupo foi ao Pelotão da Polícia Militar e metralhou a
fachada. Os bandidos usaram armamento de grosso calibre. No prédio havia
apenas três policiais, que apenas se protegeram e não tiveram condição
de reagir. Até ontem à tarde, ninguém havia sido capturado.
Carlos Costa/Jornal de fato Na parte externa, a destruição da agência chama a atenção. O teto desabou
quase que por inteiro com o impacto das explosões
De
acordo com o delegado Márcio Lemos, a ação dos bandidos começou por
volta da meia-noite de ontem. A quadrilha estava dividida em dois
carros, sendo um pequeno e outro maior, estilo picape de luxo. Uma parte
do grupo foi direto para agência do Banco do Brasil. Eles usaram
explosivos e conseguiram destruir boa parte do prédio. A intenção da
quadrilha era levar o cofre, enquanto os caixas eletrônicos da agência
ficaram intactos. Enquanto isso, uma outra parte da quadrilha se
deslocou para a sede do Pelotão da Polícia Militar, onde haviam apenas
três PMs, todos dentro do prédio.
Segundo o comandante do Segundo
Batalhão de Polícia Militar de Mossoró e responsável direto pela PM em
Baraúna, major Correia Lima, os três policiais não tiveram a menor
condição de reagir ao ataque dos criminosos. Os bandidos efetuaram
vários disparos contra a fachada do prédio, impedindo qualquer tipo de
reação da pequena equipe que estava na cidade. Entre as armas usadas
estava um fuzil 556, de alto poder de destruição. "Você sendo metralhado
em uma delegacia, a única coisa a fazer é se homiziar", destacou,
reconhecendo a impossibilidade de resposta naquela circunstância.
A
ação dos bandidos foi rápida e em poucos minutos eles conseguiram sair
da cidade, levando consigo o cofre do Banco do Brasil de Baraúna,
deixando para trás os caixas eletrônicos do banco, todos intactos em
meio à destruição. O valor subtraído pela quadrilha não havia sido
informado pela gerência do estabelecimento bancário até o fim da tarde
de ontem, segundo o delegado Márcio Lemos, responsável pela
investigação, juntamente com os delegados Claiton Pinho e Odilon
Teodósio, que respondem pela delegacia regional de Mossoró e Divisão de
Polícia do Oeste (DIVIPOE).
PM envia reforço para ajudar nas buscas
As
buscas pelos criminosos estão sendo realizadas por aproximadamente 20
integrantes da Polícia Militar de Mossoró e de Baraúna. O reforço foi
mandado à cidade minutos após o fuzilamento do Pelotão da PM no
município. Apesar do esforço, ninguém havia sido localizado até o fim da
tarde de ontem. Mesmo assim, o comando local da Polícia Militar
garantiu que as buscas continuariam durante a madrugada.
Segundo o
major Correia Lima, comandante do II BPM de Mossoró, responsável direto
pela corporação em Baraúna, o reforço enviado logo após a ousada ação
dos bandidos permaneceria na cidade pelo menos durante a noite de ontem.
A intenção, segundo o oficial da PM, é manter uma equipe no local para a
possibilidade de chegarem informações sobre o paradeiro dos criminosos.
Explosão e tiros no meio da madrugada assustam moradores
O
barulho provocado pelos tiros e pela forte explosão que destruiu boa
parte do prédio do Banco do Brasil de Baraúna pegou moradores de
surpresa, amedrontando todos que moravam próximo ao prédio do banco e do
Pelotão da Polícia.
Até quem não morava próximo ao local da
confusão ouviu o barulho e se assustou, como o trabalhador rural Valmir
Dantas, de 42 anos. "Ouvi só os estrondos e tiros, próximo da 1h da
madrugada. A cidade ficou muito agitada. A gente fica com medo devido ao
clima de insegurança. Moro longe e mesmo assim deu para escutar tudo",
disse o morador.
O desempregado Paulo de Oliveira, de 22 anos,
lembra que sua primeira reação foi se proteger, junto com seus
familiares, dentro de casa. "Foram duas explosões, todo mundo lá em casa
já estava dormindo, acordamos com o barulho da primeira explosão. Corri
com minha mãe e minha prima, para a cozinha e fiquei embaixo da mesa",
relembra o jovem.
"Depois ouvi muitos gritos, mas não dava para
entender muito o que eles falavam, só muitas gírias, também ouvimos
muitos tiros. Só saímos depois de 1h, e a rua já estava cheia de
curiosos. Antes de dormir não percebemos nada de estranho na rua",
acrescenta.
O agricultor Francisco Orisvaldo, de 22 anos, está
amedrontado e teme que ações como essa voltem a se repetir devido à
fragilidade do sistema de segurança em sua cidade. "Estava acordado, na
primeira explosão, fui para o quintal de casa, soube que eles renderam o
guarda noturno que faz a ronda aqui na rua. Estamos sujeitos a passar
por isso de novo, porque não tem segurança", reclama. A aposentada Luzia
Anchieta mora vizinho ao prédio do Pelotão da PM de Baraúna. Ela conta
que ouviu os inúmeros disparos e que não teve coragem de sair de sua
casa, mesmo após o cessar fogo do bando. "Não me levantei para ver o que
estava acontecendo", fala.
Imagens cedidas por Daniel Barauna Hoje
Prédio da delegacia de polícia foi metralhado pelos bandidos
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