domingo, 25 de agosto de 2013

Escoamento de sal no Porto-Ilha aumenta 26% este ano e anima salineiros

Porto-Ilha de Areia Branca: ampliação fortalece salinicultura do RN
Porto-Ilha de Areia Branca: ampliação fortalece salinicultura do RN
A ampliação do Porto-Ilha de Areia Branca, em 2012, aumentou otimismo da indústria salineira do Rio Grande do Norte. O escoamento de sal este ano está 26,5% maior do que em 2012. O total embarcado aumentou de 526 mil toneladas, nos primeiros sete meses de 2012, para 667 mil toneladas de janeiro a julho deste ano, segundo a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), que administra o terminal, denominado Luiz Fausto de Medeiros.
Com maior capacidade de estocagem e de embarque, o Porto-Ilha também comemora bons resultados em julho. O total escoado subiu 58,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, passando de 91 mil toneladas em julho de 2012 para 144 mil toneladas em julho de 2013, acompanhando tendência de alta registrada desde maio deste ano, e crescendo mês a mês.

Além do aumento da produção por fatores climáticos nas salinas de Mossoró, Areia Branca, Grossos, Macau e Galinhos – como poucas chuvas e ventos fortes –, o bom desempenho do Porto-Ilha é decorrente da ampliação do terminal, que facilita e barateia custos no transporte marítimo, sendo 80% do volume para o mercado interno e 20% para o exterior (EUA e África).
O presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo, confirma o momento de otimismo, com estoques maiores e as empresas vendedoras sinalizando contratos novos e mais longos. O cenário é bem diferente de 2012, quando as exportações foram baixas devido à falta de sal. “Este ano e o próximo serão de progresso para a indústria salineira”, prevê.

AUMENTO

A ampliação do pátio do Porto-Ilha elevou a capacidade de estocagem de sal de 100 mil para 170 mil toneladas, segundo o engenheiro civil Plácido Rodriguez, 52, há 25 anos trabalhando no terminal. A obra ampliou a plataforma em 7.500 metros quadrados e o cais de barcaças (que transportam sal das salinas à ilha) em 94 metros, permitindo atracação simultânea de duas balsas-cargueiras do porte de cinco mil toneladas cada uma.
A obra foi executada por consórcio de três empresas, com 270 milhões do Governo Federal (Programa de Aceleração do Crescimento/PAC), e instalou mais um equipamento de descarga de barcaças, potencializou correia transportadora e carregador de navios, aumentando a capacidade de embarque de 1.500 toneladas/hora para 2.500 toneladas/hora.

Porto-Ilha: comunidade autônoma em pleno alto-mar
O terminal salineiro é uma ilha artificial, feita de aço, areia e madeira, e fica a 14 quilômetros da costa areia-branquense. Segundo o engenheiro Plácido Rodriguez, da Codern, o entreposto é dos únicos do mundo com tais características.

Assemelha-se a uma cidade autônoma, tem sua própria energia elétrica através de geradores, enfermaria, área de lazer, câmera frigorífica para carnes, cozinha, alojamentos, refeitório, oficina, almoxarifado, tanque de armazenamento de óleo diesel.
São 28 trabalhadores por turno nos setores administrativo, operacional e de manutenção, revezando-se a cada sete dias, entre engenheiros, mecânicos, eletricistas, operadores de máquinas, cozinheiros, guardas-portuários.
À noite, após a interrupção do carregamento devido ao vento forte, os trabalhadores se reúnem para conversar amenidades. “É uma família. Batemos papo sobre futebol, política. E domingo é dia de churrasco”, conta Plácido Rodriguez.
A área de atracação de barcaças tem cerca de 8 metros de profundidade, e a parte onde são carregados os navios (dolffings) fica a 19 metros. O sal chega em barcaças, é estocado e encaminhado para navios em esteira para outra extremidade por quase 850 metros.
O Porto-Ilha começou a operar em 1974 e escoa metade da produção do Rio Grande do Norte, que responde por 95% do que é produzido no Brasil. Quarta-feira (21) à tarde, o Porto-Ilha recebeu missão da Codern, Sebrae, Fiern, FCDL e profissionais da mídia na primeira visita oficial desde a ampliação.



REGY CARTE
De Areia Branca

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