domingo, 15 de dezembro de 2013

Cidade de Baraúna ,considerada uma das mais violentas do Nordeste

Baraúna, cidade protagonista de muitos crimes de homicídios.
Baraúna, cidade protagonista de muitos crimes de homicídios.
Com pouco menos de 25 mil habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Baraúna, localizado na região Oeste, divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará, distante 29 quilômetros de Mossoró, está mais uma vez enfrentado problemas de violência que afeta os moradores e os que precisam se deslocar diariamente para trabalhar em uma das inúmeras empresas e fábricas que se instalaram na região.
Mais uma vez, assassinatos, assaltos, tiroteios, falta de policiamento, arrombamentos e tráfico de drogas assustam os moradores e transformam a cidade em uma das áreas mais violentas do Nordeste.
"Aqui virou uma cidade sem lei, onde os assaltos e assassinatos acontecem na presença das pessoas, mas ninguém se arrisca a falar nada temendo ser a próxima vítima", disse o mototaxista José Carlos Paiva, 34, morador.
O delegado Ricardo Adriano Brito da Costa, que há pouco tempo deixou o comando da Delegacia de Polícia Civil de Baraúna, se diz assustado com a violência que atinge a população, em especial com o grande número de assassinatos ocorridos este ano, no município, que já soma 34 homicídios.
“Olha, o número de ocorrências geradas por disparos de arma de fogo, que vem se processando este ano em Baraúna, é assustador, típico de cidades grandes, de grandes centros urbanos”, destacou.
O delegado Denys Carvalho da Ponte, titular da Delegacia Regional de Polícia Civil de Mossoró, a quem a DP de Baraúna está atrelada, também expressa preocupação com o rumo que a violência vem se desenvolvendo na região que faz divisa com o Ceará.
“A cidade de Baraúna hoje tem livre acesso ao Ceará, por meio de estradas asfaltadas e carroçáveis. Ali temos saída para Limoeiro, Tabuleiro, Russas, Vale do Jaguaribe, todas no Ceará, que historicamente são cidades violentas. Com isso, Baraúna sofreu muita influência dessas localidades e a tendência é o surgimento de crimes, de uma forma geral”, destacou.
Para Denys Carvalho, somando-se a abertura territorial com o Ceará, outros fatores também contribuem para o aumento da violência. “A região de Baraúna é uma localidade com muitas fábricas, projetos de irrigação, onde circula muito dinheiro, atraindo pessoas de várias partes do Brasil e, toda essa mistura, além do desenvolvimento econômico, como também a violência de uma forma geral”, concluiu.

“A maioria dos assassinatos ocorridos em Baraúna está atrelada a problemas que envolvem drogas”, diz delegada

A delegada Marina de Lima Tófolli, que há menos de dois meses assumiu o comando da Delegacia de Polícia Civil de Baraúna, se deparou com uma série de homicídios que vem ocorrendo, quase que diariamente, no município e, pelo que já tem apurado nos inquéritos policiais, explica que a maioria das mortes está ligada a problemas com tráfico e consumo de drogas.
“A maioria das mortes está atreladas a tráfico e consumo de drogas. A aproximação com o Ceará e a facilidade de entrar e sair da cidade, por estradas carroçáveis, facilita a movimentação de entorpecentes e o aumento na criminalidade”, explica.
Para a delegada, um dos maiores desafios enfrentados desde que assumiu a DP é a falta de estrutura para trabalhar. “Temos quatro agentes lotados na DP e um automóvel precisando de manutenção, principalmente com pouco combustível para rodar em uma área bastante extensa, como é a nossa aqui”.
Outro problema que tem preocupado a delegada é a “lei do silêncio” da população. “O medo de dar qualquer informação sobre os crimes que vem ocorrendo na cidade, com isso nosso trabalho de investigação se torna ainda mais dificultoso”, comentou.
Ainda de acordo com Marina Tófolli, atualmente, mais de 10 inquéritos policiais de homicídios estão em aberto, sendo a maioria deles por falta de provas e testemunhas. “São crimes que ocorreram sem testemunhas em locais de pouca movimentação e as pessoas que presenciaram não arriscam repassar qualquer informação por medo”, finalizou.

O mossoroense

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